Para desmistificar a reposição hormonal em mulheres, nos próximos posts vou apresentar os resultados de um estudo realizado em 2013 por Rebecca Glaser e Constantine Dimitrakakis e publicado na plataforma PubMed, sobre o uso da testosterona. Embora a terapia com reposição de testosterona esteja sendo cada vez mais prescrita para homens, ainda existem muitas dúvidas e preocupações sobre a testosterona e, em particular, a terapia com testosterona em mulheres. Uma pesquisa na literatura foi realizada para elucidar a origem e a base científica por trás de muitas das preocupações e suposições sobre a terapia testosterona em mulheres.
O artigo refuta 10 mitos e equívocos comuns e fornece evidências para apoiar o que é fisiologicamente plausível e cientificamente evidente: Testosterona é o hormônio feminino biologicamente ativo mais abundante, testosterona é essencial para a saúde física e mental das mulheres, testosterona não é masculinizante, testosterona não causa rouquidão, testosterona aumenta o crescimento do cabelo do couro cabeludo, testosterona é protetor cardíaco, testosterona parenteral não afeta o fígado ou aumenta os fatores de coagulação, testosterona é estabilizador do humor e não aumenta a agressão, testosterona é protetor da mama e a segurança da terapia testosterona em mulheres está sendo pesquisada e estabelecida.
A terapia com testosterona está sendo cada vez mais usada para tratar sintomas de deficiência hormonal em mulheres na pré e pós-menopausa. Uma das principais fontes de equívocos sobre a terapia de testosterona em mulheres surge de estudos epidemiológicos que implicam níveis elevados de testosterona (endógenos) com certas doenças. Esses dados são entregues de forma enganosa para produzir um modelo patogênico dessas doenças sem evidências ou plausibilidade suficientes para apoiar um papel causador. Conclusões falsas repetidas com bastante frequência, especialmente quando apoiadas por observações anedóticas, criam “mitos” que se tornam amplamente aceitos, mesmo na ausência de qualquer lógica biológica ou fisiológica. Outra fonte de confusão sobre a segurança da terapia com testosterona em homens e mulheres é a extrapolação de eventos adversos (p. e. esteroides androgênicos) à terapia com testosterona, apesar da falta de evidências.